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Mostrando postagens de setembro, 2010

Sobre o prazer e a alegria.

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O prazer só existe no momento. A alegria é aquilo que existe só pela lembrança. O prazer é único, não se repete. Aquele que foi, já foi. Outro será outro. Mas a alegria se repete sempre. Basta lembrar. (Rubem Alves em Um mundo num grão de areia - pág. 70. Ed. Verus)

Sobre o sofrimento.

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Quem não sofre, quando há razões para isso, está doente. Se uma pessoa querida morre e o coração não sangra, se um golpe duro da vida atinge a quem se ama e os olhos não choram, se uma desgraça cai sobre o povo e a alma não fica triste, se o fogo consome as florestas e o corpo não queima também, é porque algo está errado com a gente. Quem é feliz sempre, e nunca sofre, padece de uma grave enfermidade e precisa ser tratada a fim de aprender a sofrer. Sofrer pelas razões certas significa que estamos em contato com a realidade, que o corpo e a alma sentem a tristeza das perdas e que existe em nós o poder do amor. Só não sofrem, quando para isso há razões, aqueles que perderam a capacidade de amar. Toda experiência de amor traz, encolhida no se ventre, à espera, a possibilidade de sofrer. Assim, a receita para não sofrer é muito simples: basta matar o amor. (Rubem Alves em Um mundo num grão de areia , pág. 23-24. Ed. Verus)

Saul: seus medos, coragem e covardia.

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         Weslei Odair Orlandi Tanto a amizade, quanto a cordialidade e a  admiração de Saul para com o jovem Davi foram de curta duração. Não porque Davi tenha cometido algum delito, traição ou deslealdade, mas porque o rei de Israel era interiormente doente.          A julgar pela descrição física Saul, o primeiro israelita a usar uma coroa real, tinha todos os predicados para ser um monarca de sucesso e respeitado por todos. Jovem de boa aparência, sem igual entre os israelitas – os mais altos batiam nos seus ombros – Saul logo foi confirmado como líder da nação e o causador de momentos de grande alegria entre o povo. Tratava-se então, de um novo momento de estabilidade política e econômica para Israel. Logo, porém, surgiram as primeiras crises. Primeiro veio sua precipitação ao oferecer ele mesmo holocaustos em Gilgal, desobedecendo a ordem clara de Samuel para aguardá-lo. Depois veio seu juramento precipi...

Meu amor pelo livro.

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                                                                   Ricardo Gondim Meu pai lia obsessivamente. Todas as vezes que o surpreendia, abrindo a porta do seu quarto sem bater, eu o flagrava com um livro na mão. Ele assinava pelo menos duas revistas de notícias semanais e vários pasquins. Ele comprava folhetos subversivos não sei onde e os trazia perigosamente para casa. Papai era professor de história, mas seu fascínio maior era a II Guerra Mundial. Em sua biblioteca, sobravam tomos, fotografias e artigos sobre o conflito que marcou sua infância. Só há um tipo de consumismo que não me oponho: comprar livros. Aliás, todas as vezes que entro numa livraria, gasto mais do que posso – divido em prestações o que não consigo pagar à vista. Não cogito fazer qualquer viagem de avião sem ler o tempo todo...