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Mostrando postagens de fevereiro, 2009

Comer peixe não basta.

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Weslei Odair Orlandi Como sempre se faz depois da extravagância carnavalesca agora chegou a vez da contrição ritualística; está aberta a temporada do sagrado preceito da quaresma. Comer peixe durante quarenta dias é a palavra de ordem a partir do encerramento oficial da festa mais popular do país. Os dias de carnaval são sem limites. Nesse período só é proibido proibir; afora isso tudo pode. Palavras como profano, sensual, luxuria e lascívia de repente entram em efervescência nos jornais escritos e falados com tanta naturalidade que até os ossos ressequidos dos profetas são sacudidos no pó da terra. É a carne em seu estado mais deplorável... Mas agora não. Passados os dias da carne, vêm agora os dias do peixe. Está proibido o uso da carne – a do boi, naturalmente. A outra – essa que Paulo classifica como inimiga de Deus – deverá apenas fingir que foi sufocada. Pelo menos por alguns quarenta dias. Depois a gente vê o que faz. Esse é o jeito “cristão” do povo brasileiro. É assim que noss

A morte

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A pregação da salvação pressupõe a morte como o encontro com um destino eterno. Ela é uma cristalização ontológica, uma solidificação do futuro. A vida é o tempo da oportunidade . Enquanto se vive, é possível modificar a orientação existencial para com o divino. Na morte cessa a oportunidade. O que foi será. (Rubem Alves em " Religião e repressão ", pág. 83 - Ed. Loyola)

Pecadinho, pecadão

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A pequena mentira não é menor do que o grande crime. Estas são distinções humanas, superficiais. O sinistro do pecado moral está no fato de ser ele uma revelação da posição da alma perante Deus. (...) O pecado é sempre uma posição perante Deus . E por isso mesmo ele se apresenta como crime infinito, imperdoável, incapaz de ser expiado pelo homem. (Rubem Alves em " Religião e repressão ", pág. 82 - Ed. Loyola)

Tempo, tempo, tempo...

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Weslei Odair Orlandi Janeiro já completou o seu percurso. Agora é esperar mais alguns dias e despedir-se também de fevereiro. Logo, logo será a vez do adeus a 2009. É assim mesmo, um dia vai, outro dia vem. O tempo não pára e nós, como um conto ligeiro estamos passando sem que nos demos conta disso. Se não formos prudentes e não nos mantivermos atentos, poderemos ficar tão ocupados que perderemos o mais importante: viver intensamente para a glória de Deus. Você já percebeu como nós desperdiçamos tempo na vida? Enquanto milhares de vozes e livros nos chamam a atenção para uma vida corretamente administrada, parece-me que cada vez mais cometemos falhas e erros com o que poderíamos ter feito, mas não fizemos. Se há uma coisa que realmente precisamos aprender é sobre como aperfeiçoar a nossa habilidade de não perder tempo na vida. Podemos perder noites de sono, perder o programa de televisão, perder a festa para a qual havíamos sido convidados, mas perder tempo é realmente lastimável. Se v

A bela adormecida

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Weslei Odair Orlandi Já faz algum tempo aprendi apreciar alegorias bem elaboradas por escritores como C.S. Lewis, Tolkien e porque não citar também o brasileiríssimo Monteiro Lobato dentre outros. As analogias produzidas nos redutos de fantasia idealizados por esses grandes escritores ajudam-nos a redefinir valores, acrescentar riqueza, beleza e dimensão ao viver nosso de cada dia. Hoje, por exemplo, lembrei-me do francês Charles Perrault e sua bela adormecida. Fiquei aturdido quando percebi que essa fábula há tanto tempo incutida no imaginário infantil é na verdade um retrato quase que cruel desse momento hibernoso que a Igreja vive como um todo. Aquela que deveria entrar no palco da história como detentora inexorável do papel de “igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, porém santa e irrepreensível”, tem surpreendido a muitos dos seus expectadores com o papel de uma bela adormecida à espera de um príncipe que lhe devolva a vida. Embora a bela adormecida, não tenha

Um convite à unidade

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Weslei Odair Orlandi Meu coração está inclinado à unidade. Quando li há alguns anos atrás o best-seller “Uma igreja com propósitos”, escrito por Rick Warren, fui tocado por uma explicação que ele dá sobre a existência de muitas igrejas. Deus ama a diversidade, argumentou ele. Pense por um momento se Deus tivesse feito o mundo usando apenas o amarelo. Seria um tanto quanto insosso cultivar um jardim com flores de várias qualidades. No fim das contas seria tudo amarelo. Mas Deus pensou em tudo e deu-nos de presente uma multiplicidade fantástica de cores com as quais podemos nos deliciar infinitamente. Eureka! Para mim essa analogia de Warren explicou tudo. Primeiramente, percebi que Deus nunca pretendeu nos chamar para a institucionalização do Reino, isto é, nunca quis que perdêssemos de vista a realidade do Salmo 133. Ele nunca quis privilegiar alguns em detrimento de outros. No entanto, o que se observa hoje – com as devidas exceções, é claro – é um movimento contrário, encabeçado por

Questões contemporâneas

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Weslei Odair Orlandi Em cada geração, a igreja depara com questões específicas. Na década de 70, a questão da inerrância bíblica era motivo de muitas controvérsias no evangelicalismo. Na década de 80, o debate acerca do papel da mulher e da sua posição na igreja passou ocupar lugar de importância. Nas últimas décadas foi a vez do envolvimento político da parte dos cristãos que tomou lugar ao sol. Agora, com o despertar do novo milênio, novos debates têm sido feitos e novas questões emergem das sombras. Ao meu ver, as novas tendências e debates sobre temas como células tronco, aborto, eutanásia, ecologia, homossexualismo dentre outros, embora necessárias, pecam, não por polarizarem as idéias e grupos mas por forjarem aquilo que é mais importante. Estou convencido de que nenhuma revolução ideológica, teológica ou denominacional deve ser objeto de atenção e estudo se o seu objetivo final não for exaltar a Cristo. O grande desafio dos debates não é garantir que haverá vencedores, mas suste

O caso Eloá

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Weslei Odair Orlandi Mais uma vez o país parou para ver boquiaberto a ascensão da estupidez humana. Infelizmente, casos como o da adolescente Eloá, seqüestrada e assassinada pelo ex-namorado em Santo André – SP, não são mais pontuais. Com a chegada do século XXI os jovens parecem ter perdido seus referenciais e agora passam a atirar em todas as direções. Nos Estados Unidos a invasão de universidades seguida de mortes e suicídios já não é mais um acontecimento isolado; no Brasil também temos experimentado a nossa dor particular. Com o desfecho de mais um episódio a pergunta que fica no ar é: “quando isso vai acontecer de novo?”. “Quem será a próxima Eloá?”. Refletir sobre os motivos de um jovem depressivo como Lindemberg não é tarefa fácil. Nem mesmo psicólogos e psiquiatras parecem estar certos do que está por detrás de tudo. Convocados pela imprensa para dar explicações deixam apenas uma certeza: os jovens estão desnorteados e precisam urgentemente resgatar valores que foram descartad

Ouvir com os olhos

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Weslei Odair Orlandi Tenho pensado na quantidade de artigos, livros, mensagens, folhetos, e-mails e jornais que lemos anualmente falando sobre temas espirituais. Só no meu endereço eletrônico recebo dezenas de textos todos os dias. Uma verdadeira invasão virtual. Eu que, confesso, sou um tanto quanto exagerado em minhas leituras, leio anualmente algumas milhares de páginas. Como papel aceita tudo, deparo-me às vezes com profundos mau gostos literários. Erros de gramática, ignorância em semântica, equívocos de interpretação (uma lástima hermenêutica) e heresias francamente assumidas sobejam por toda parte; mas também encontramos leitura de gosto apurado, é verdade. Alguém disse que “somos o que lemos”. Concordo em partes, discordo em outras. Se de fato fossemos tudo aquilo que lemos, a raça humana bem poderia estar em outros patamares de civilização e vida transcendental. Aliás, Jesus não precisaria ter estabelecido o conhecido paradoxo no sermão da montanha sobre o “ouvinte” prudente e

Prefiro viver no Egito

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Weslei Odair Orlandi “Prefiro viver no Egito”, disse um jovem cristão egípcio ao escritor Philip Yancey. Apesar das perseguições e tolerância quase zero à minoria cristã em seu país, esse jovem não quer viver na América. “Aqui não temos pornografia, álcool e pouco sexo antes do casamento, e me sinto seguro andando pelas ruas”, acrescentou ele. Quando paro para pensar que nós do ocidente nos gabamos de ser maioria cristã, sinto-me envergonhado diante de um testemunho desses. Nós que temos total liberdade para professar a fé cristã deveríamos ser de fato os ícones da mensagem de Cristo. Entretanto, o que temos visto são pessoas que irresponsavelmente assumem apenas nominalmente a nomenclatura de cristãos, mas que vivem de maneira dissoluta ignorando por completo os princípios santos da Palavra. Numa tendência antagônica ao Evangelho os cristãos hodiernos tendem a produzir valores que nada lembram os ideais do Reino dos Céus. Somos conhecidos por nossos templos com arquiteturas clássicas

Depois que reli o Evangelho de João

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Weslei Odair Orlandi Por várias razões os evangelhos de Mateus, Marcos, Lucas e João fazem parte do cânon do Novo Testamento. David Alan Black no livro “Por que 4 evangelhos?” resume os propósitos centrais porque foram escritos. Segundo ele “Mateus é produto de uma das primeiras determinações da igreja para preservar os ensinamentos de seu fundador e para justificar sua separação de Israel. Por sua vez, o evangelho de Lucas é o produto da crise causada pelo surgimento das igrejas gentílicas ao lado da igreja dos judeus”. Quanto a Marcos e João ele afirma: “foi a necessidade vital de fundir as duas tradições (igreja de Jerusalém e igreja gentílica) em uma unidade inseparável que levou à composição do evangelho de Marcos (...) João suplementa os relatos anteriores ao fornecer informação não acessível a eles”. Essa é uma análise rápida e obviamente não engloba outros objetivos igualmente importantes. Porém, a sua informação de que João suplementa os relatos anteriores é bastante interessa

Recado aos meus (poucos) amigos.

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Ricardo Gondim Comam brócolis. Não fujam do exame de próstata. Leiam bons romances. Façam exercício. Sacramentem amizades com um Cabernet. Evitem o Diogo Mainardi. Não tomem café depois das dez. Andem descalços em casa. Visitem um hospital para crianças com câncer uma vez por ano. Não esqueçam do aniversário de quem vocês amam. Comprem um dicionário – e consultem. Desliguem a televisão. Não discutam com quem “se acha”. Recitem um poema em voz alta toda semana. Não falem em corda em casa de enforcado. Leiam a Bíblia para um enfermo. Meditem com a porta do quarto trancada. Anotem endereços de blogs alternativos. Sejam moderados no açúcar e na gordura saturada - torresmo, nem pensar. Leiam o Alysson Amorim, o Elienai, a Geruza e o Paulo Brabo. Não percam as edições diárias do Pavablog nem quando estiverem na Manchúria. Nunca pilotem motocicleta, nem aceitem carona na garupa. Aprendam a gostar de música clássica – Johan Sebastian Bach é um bom começo. Reciclem o lixo de casa, do escritório

Ser homem

NÃO SOMOS MAIS HOMENS QUANDO DEIXAMOS DE SER FEMININOS, MAS QUANDO DEIXAMOS DE SER MENINOS. Fonte: Anônimo

Hoje

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Ricardo Gondim Hoje é dia de poucas palavras. Dia de um silêncio parceiro; Dia de casulo, de encapuzar o coração; E represar a alma toldada de tristeza. (site: www.ricardogondim.com.br)

Para quem deseja ter uma vida longa e que vale a pena viver.

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Weslei Odair Orlandi Filhos e filhas, venham me escutar! Eu lhes direi o que significa amar e obedecer ao Senhor. Você deseja ter uma vida longa e que vale a pena viver? 1. Cuidado então com o que você fala! 2. Evite dizer mentiras e falar mal dos outros. 3. Afaste-se do pecado e esforce-se para fazer o bem. 4. Procure viver em paz com todos; esforce-se ao máximo para conseguir isso. 5. Decida-se por uma vida justa, piedosa e irrepreensível. 6. Jamais acalente um coração insensível e irreconciliável. 7. Jamais se esqueça de que embora lágrimas e frustrações também fazem parte do pacote da nossa frágil existência, o melhor de Deus ainda está por vir. Então, viu como é simples? E mais: posso garantir-lhe a eficácia desses princípios e a razão para isso é que extrai-os do Salmo 34:11-22. (Fonte: Bíblia Viva, 2a. edição/1981, 2a. reimpressão: 2005 - Ed. Mundo Cristão)

O encontro

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Ricardo Gondim Genilson entrou no enorme salão, contou dezoito fileiras de bancos e sentou-se. O lugar estava vazio. Um silêncio aterrorizante dominava o recinto. As paredes absorviam qualquer barulho. Ninguém ultrapassou a barreira dos dezoito bancos; ninguém se sentou entre Genilson e o altar. “O que me trouxe a este lugar?, perguntou-se. Sem nunca ter feito uma oração, participado de um rito ou lido qualquer catecismo, sentiu-se perdido. Tudo lhe intrigava: a altura do teto, a frieza do piso, a dureza do assento, a altura do púlpito, a ausência de vizinhos. Genilson esteve vinte e dois minutos na vastidão do misterioso espaço. Sentia que um nada lhe tocava. A quietude lhe enchia daquele vazio assombroso. O temor do lugar o levantou. Caminhou arrastando os pés na direçao da entrada, agora saída. Esqueceu-se de contar os passos, desceu as escadas para alcançar a calçada. Voltou para casa e o filho quis saber onde estivera. “Na presença de Deus”, respondeu. Soli Deo Gloria (site: www.