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Mostrando postagens de março, 2009

Rosas, perfumes e espinhos.

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Weslei Odair Orlandi Tenho tido dificuldades para escolher uma única palavra que defina hoje o meio evangélico brasileiro. Concordo com Augustus Nicodemus quando ele afirma que “é mau sinal quando para nos identificarmos precisamos lançar mão de três ou quatro atributos”. É evidente que a crise teológica evangélica no Brasil é gigante. Cada vez mais pessoas procuram igrejas para se sentirem bem, para buscarem solução imediata para os seus problemas, sem sequer refletir nas questões mais profundas de sua existência e eternidade. Isto, de se aglomerar multidões sem a centralidade da cruz, não é vantagem alguma. Ao contrário, estamos diante da necessidade premente de que algo seja feito. O quase-conformismo das igrejas históricas e pentecostais face ao liberalismo teológico e barateamento hermenêutico dos neopentecostais precisa ser repensado com urgência. Toda leniência será castigada. Para quem não está familiarizado com o termo, “neopentencostais” são aqueles que aderem à teologia da p

Aconselhem-me, por favor.

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Weslei Odair Orlandi Dizem que se conselho fosse bom não seria dado, mas vendido. Discordo. Graças a Deus os conselhos não são vendidos (pelo menos não na maioria das vezes) e geralmente são bons. É fato posto que somos mais inclinados a aconselhar do que a receber conselhos. Talvez por falta de humildade ou até mesmo pela “humilhação” de sermos aconselhados, preferimos mais o papel de conselheiros. Aí está a origem das dores e ais. Quantos dissabores evitaríamos se simplesmente apreciássemos os conselhos que ouvimos e que, diga-se de passagem, não são poucos. Os conselhos existem desde que o mundo é mundo e são úteis para quem deseja conhecer a sabedoria e a instrução; para quem deseja o entendimento, a justiça, o juízo e a equidade; para dar aos simples prudência; aos jovens bom siso e para livrar a alma inadvertida da amarga ruína. Recordo-me ao escrever sobre conselhos o quanto teria valido a pena Caim ter ouvido os conselhos de Deus no que dizia respeito ao seu irmão Abel. Mas não

Fé contaminada.

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O cristianismo não é e nunca foi um esquema de enriquecimento voraz. É preciso fazer uma advertência. Rejeite qualquer ensinamento que até mesmo sugira que riqueza material, saúde física ou circunstâncias favoráveis têm alguma coisa que ver com a quantidade de fé que você possui ou com o fato de Deus estar contente com você. Cuidado com aqueles que ensinam que doações financeiras vão liberar a infindável abundância das bênçãos de Deus. São falsos pastores que vão roubar seu dinheiro e destruir seu relacionamento com Deus. A "fé" que eles proclamam é uma fé contaminada. Charles Swindoll em " Jesus - o maior de todos ", pág. 91 - Ed. Mundo Cristão.

O deus que não é Deus.

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Ricardo Gondim Existe um deus que não é Deus. O único com força para enfrentar a Deus. Essse deus não vive em alguma dimensão cósmica ou ponto do universo. Seu oratório é a mente humana. Ele é um deus familiar, pois vive nos espelhos da alma. Mesquinho, cobra desempenhos impossíveis. Inclemente, castiga as inadequações dos fracos com fúria. Ofendido por uma pessoa, dizima gerações inteiras. Imprevisível, age com um humor indetectável. Existe um deus que não é Deus. Capaz de ofuscar o próprio Deus, misturou-se em todas as religiões. Sanguinário, exige sacrifício para estender a sua compaixão. Impassivo, privilegia os eleitos e condena o resto. Indiferente, descarta a prece da criança quando não se encaixa em seus propósitos. Distante, volta as costas para os miseráveis em nome da coerência. Existe um deus que não é Deus. É possível encontrá-lo nos paços sacerdotais, nas leis canônicas, nas teologias que o sistematizaram. Ele vingou na religião e a cúrias já mapearam as suas ações. Sem b

Sodré.

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Weslei Odair Orlandi O sol já perdia sua força e ao longe se podia ouvir a cantiga de uma mãe que, feliz embalava em seus braços os sonhos de uma criança recém nascida naquela casa. O dia parecia não ter pressa de dar seu último adeus nem de deixar a noite refestelar-se na imensidão do céu paranaense. Já se fora o casal de pardal que com sua cantilena enchera de graça a tarde anuviada. Agora, absorto em seus pensamentos, Sodré não percebia nem mesmo seu resfolegar. Jorgina já tomara seu banho e não deixara de lado seu bordado desde a hora em que os netos barulhentos e indiferentes ao avô haviam ido jogar bola no outro lado da rua. O lusco-fusco daquele dia seria melancólico e sereno, não fossem os pensamentos de Sodré. Ali, parado, sentado, calado, cabisbaixo e introspectivo, Sodré lembrava-se triste dos seus dias de saúde e vigor. Fora um homem de valor; nunca deixara de trabalhar um só dia, sempre de sol a sol. Lembrava-se dos seus dias de glória quando junto de seus primos costumava

De quem é a culpa afinal?

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Weslei Odair Orlandi Quero chamar sua atenção para recomendar-lhe uma reflexão. Creio que um pouco mais de realidade sobre a consciência missionária que nos é tão cara, nunca é demais. Espero que depois de ler as linhas abaixo você possa envolver-se mais na busca de alcançar os não alcançados. Meu objetivo não é dar-lhe um pouco mais de informação transcultural, mas despertar em você o desejo de empreender uma conquista cada vez maior em amor e penetração do Reino de Deus entre aqueles que ainda não tiveram o privilégio de conhecer o verdadeiro Salvador e Senhor. Então, sem pressa, e com muita atenção, procure descobrir, qual é o seu papel nos desafios missionários e de quem, afinal, é a culpa de tantos se perderem diariamente sem Cristo. Então, vamos à reflexão e boa leitura! “Esta é uma história de quatro personagens: “alguém”, “ninguém”, “todo mundo” e “qualquer um”. Havia um trabalho missionário muito importante a ser realizado: “qualquer um” poderia tê-lo feito, mas “todo mundo” a

Jó não lia o livro de Jó.

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Weslei Odair Orlandi Para qualquer leitor atencioso ou não do livro de Jó, o texto bíblico já chega mostrando o lado invisível de todo o drama vivido pelo personagem principal da narrativa. Jó, o homem sincero, reto, temente a Deus e que se desviava do mal é apresentado a todos como aquele que se viu disputado por forças espirituais nas regiões celestiais e é a partir dessa informação que lemos o restante da história. Jó, porém, nunca leu o livro de Jó. Ele não sabia nada do que sabemos. Ignorante sobre a batalha travada entre Deus e satanás sabia apenas quem uma avalanche sem precedentes de ruína e enfermidade se instalara em sua casa. Sua percepção dos fatos era apenas horizontal. Sem que ninguém o avisasse de antemão, satanás compareceu certo dia à presença de Deus e demandou a vida do homem mais rico do Oriente em provações. Sabedor de seus males e perdas, rasgou suas vestes, rapou a cabeça, lançou-se em terra e adorou ao Criador: “Nu sai do ventre de minha mãe e nu voltarei; o Sen

Assim não há pastor que aguente.

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Ninguém consegue passar trê dias realizando toda a exegese possível do texto " estou crucificado com Cristo ", depois passar metade da noite de sexta-feira acordado em um retiro de jovens escutando o rock de que eles gostam, participar de uma reunião no sábado com os diáconos, tentando decidir a cota orçamentária para os serviços de zeladoria e, por fim, subir ao púlpito, no domingo, como um pastor radical. (Eugene Peterson em " O pastor desnecessário ", pág. 8 - Ed. Textus)

Conteúdos da religião moderna.

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Weslei Odair Orlandi Eugene Peterson em seu livro "O pastor desnecessário" avalia com isenção as entranhas da religião moderna trazendo um diagnóstico claro, preciso e contundente sobre sua atual situação. Sintetizei algumas das suas conclusões e decidi compartilhá-las com todos quantos desejam se safar desse triste espetáculo sem vida. A religião moderna, dominada pela cultura: 1. Se tornou uma grande teóloga, mas não se importa nem um pouco com Deus; 2. Serve aos interesses das pessoas nos termos delas; 3. Procura atender aos desejos de satisfação do público que a compõe; 4. Procura atender a fome de encontrar um significado, a sede de beleza, a importância e a impaciência frente a Deus, que exige entrega total; 5. Mistura histórias, superstições, desejos e relações públicas que atendam às necessidades religiosas das pessoas; 6. Evoca o que há de melhor nas pessoas - mas o