Bem-vindos a 2009
Weslei Odair Orlandi
Ufa, finalmente 2008 chegou ao fim! Ficamos cansados pelo trabalho, exauridos pelo corre-corre, boquiabertos diante dos acontecimentos, assombrados com as previsões, comovidos pelas catástrofes, revoltados com a impunidade, felizes com as conquistas. Viajamos, compramos, vendemos, sorrimos, choramos, reencontramos pessoas, despedimo-nos de gente querida, muito querida. Mas, enfim, o ano acabou e nós sobrevivemos a tudo isso. Agora, é começar tudo de novo. Outros trezentos e sessenta e cinco dias nos aguardam e a história continuará, ou para ser mais exato, se repetirá com algumas poucas nuances. Experimentaremos de novo a ambigüidade da vida. Sorrisos e lágrimas, luto e festa, nascimento e morte, dor e felicidade, conquistas e perdas. Nem sempre essas ‘dádivas’ da vida respeitarão nossos limites, esperarão pelo melhor momento. Dias normais, poderão ser tragicamente modificados por notícias avassaladoras ou, para não ser pessimista, alvissareiras.
Nesse emaranhado de atos e fatos, gerações virão enquanto outras se despedirão. O sol se levantará e se porá, a meu ver, cada vez com mais pressa de cumprir o seu ritual.
Haverá algo de que possamos dizer: “Veja, isso é novo!”? Espero, sinceramente, que sim. Apesar das sombras que pairam sobre o futuro, espero por dias melhores. Continuo acreditando que podemos nos tornar pessoas melhores; que podemos celebrar a vida sem evocar a angústia do que passou. O pregador, filho de Davi, ao olhar para os anos idos de sua vida, descobriu-se enfadado de tudo; dedicara-se a realizar muitas coisas, mas nenhuma delas o tornara realizado. Suas apostas no jogo da vida levaram-no a experimentar muitas frustrações. Assim, na sua análise retrospectiva da vida, afirmou: “o que é torto não pode ser endireitado; o que está faltando, não pode ser contado”. Ele devia ter lá suas razões, porém foi extremamente negativo, chegando quase que às raias da depressão. Viver não é tão difícil assim, muito menos tão decepcionante. Tudo depende da maneira como decidimos perceber o mundo à nossa volta. O que sei, e isso com absoluta certeza é que a vida é rara, isso sim, uma verdade inexorável. Só passamos por ela uma única vez. Nunca mais – repito, NUNCA MAIS – colocaremos os pés em dois mil e oito. Restarão apenas a nostalgia, as lembranças engraçadas e as marcas das feridas que já sararam.
A vida é rara, por isso, desperdiçar dois mil e nove com ressentimentos, preciosismos e caprichos banais é inadmissível. Não aceite ficar agoniado com picuinhas. Trancafiar-se num quarto escuro então, nem pensar. Eduardo Gianetti em seu livro O valor do amanhã nos lembra de algo importante. Ao escrever sobre a vida, ele chega à conclusão de que vivemos a lógica do empréstimo e do juro. Quem empresta abre mão do hoje em nome do futuro. Ao preço de abrir mão do hoje ele chama de juro. Quem toma emprestado, toma do futuro para ter hoje. A dor de cabeça começa quando a conta chega. Tudo na vida funciona assim. Quem fuma hoje, por exemplo, está abrindo mão do futuro. Um dia a conta virá.
Que em dois mil e nove nenhum de nós seja irresponsável. Que nenhum de nós faça empréstimos que mais tarde não poderá pagar. Quatro conselhos que não são meus, mas absolutamente sábios e praticáveis, me vêm à mente nesse momento. Se puder e quiser, use-os sem medo. Eles servirão com certeza de amparo e direção para o ano novo.
Primeiro, não perca o senso crítico. Não absorva tudo, não pare de pensar. Não se encante com tudo (nem se desencante com tudo). Analise. Diga sim, e não. Não aceite ser robotizado pela mídia e pela religião. Você pode, e deve, manter-se livre dos poderes manipuladores. Recuse-se saber apenas o que os outros querem que você saiba. Vá além. Pense fora da caixa. Procure a verdade; ela o libertará.
Segundo, não perca a auto-estima. Cuide de sua dignidade. Reconheça-se a si mesmo. Encante-se com os seus acertos. Sorria com os seus desacertos. Não seja não duro consigo mesmo. Não se subestime. Ghandi disse certa feita: “Ninguém sobe nas costas do outro, a não ser que ela esteja encurvada”.
Terceiro, não perca de vista a percepção de que a vida é efêmera. Ela não é eterna enquanto terrena. Tudo passa, e com que velocidade! Preste mais atenção nas pessoas que estão à sua volta. Elas, ou você, poderão não chegar a dois mil e dez.
Quarto, não perca o interesse pelo caminho da sabedoria. Lute por dias melhores, por melhores decisões. Lute para ser mais flexível em questões secundárias. Aprenda a brincar com a vida. A sabedoria não está no radicalismo da existência humana, mas no vôo desconcertado da borboleta e no sacolejar contínuo da criança em seu colo.
Sua felicidade em 2009, dependerá cem por cento, de suas decisões. Por isso, sempre que se deparar com as impossibilidades da vida, sorria para elas. Graças a Deus, Salomão estava errado. Tem jeito sim. Dois mil e nove pode ser melhor do que dois mil e oito. Jesus veio – e virá sempre – para endireitar o que estiver torto (Lucas 3:5).
Deus o abençoe com um ano repleto de paz, mesmo que se necessário, no meio da guerra. Desejo a você alegria e contentamento. Que as ações de graça e o som de canções festivas o cerquem todos os dias da sua vida.
Ufa, finalmente 2008 chegou ao fim! Ficamos cansados pelo trabalho, exauridos pelo corre-corre, boquiabertos diante dos acontecimentos, assombrados com as previsões, comovidos pelas catástrofes, revoltados com a impunidade, felizes com as conquistas. Viajamos, compramos, vendemos, sorrimos, choramos, reencontramos pessoas, despedimo-nos de gente querida, muito querida. Mas, enfim, o ano acabou e nós sobrevivemos a tudo isso. Agora, é começar tudo de novo. Outros trezentos e sessenta e cinco dias nos aguardam e a história continuará, ou para ser mais exato, se repetirá com algumas poucas nuances. Experimentaremos de novo a ambigüidade da vida. Sorrisos e lágrimas, luto e festa, nascimento e morte, dor e felicidade, conquistas e perdas. Nem sempre essas ‘dádivas’ da vida respeitarão nossos limites, esperarão pelo melhor momento. Dias normais, poderão ser tragicamente modificados por notícias avassaladoras ou, para não ser pessimista, alvissareiras.
Nesse emaranhado de atos e fatos, gerações virão enquanto outras se despedirão. O sol se levantará e se porá, a meu ver, cada vez com mais pressa de cumprir o seu ritual.
Haverá algo de que possamos dizer: “Veja, isso é novo!”? Espero, sinceramente, que sim. Apesar das sombras que pairam sobre o futuro, espero por dias melhores. Continuo acreditando que podemos nos tornar pessoas melhores; que podemos celebrar a vida sem evocar a angústia do que passou. O pregador, filho de Davi, ao olhar para os anos idos de sua vida, descobriu-se enfadado de tudo; dedicara-se a realizar muitas coisas, mas nenhuma delas o tornara realizado. Suas apostas no jogo da vida levaram-no a experimentar muitas frustrações. Assim, na sua análise retrospectiva da vida, afirmou: “o que é torto não pode ser endireitado; o que está faltando, não pode ser contado”. Ele devia ter lá suas razões, porém foi extremamente negativo, chegando quase que às raias da depressão. Viver não é tão difícil assim, muito menos tão decepcionante. Tudo depende da maneira como decidimos perceber o mundo à nossa volta. O que sei, e isso com absoluta certeza é que a vida é rara, isso sim, uma verdade inexorável. Só passamos por ela uma única vez. Nunca mais – repito, NUNCA MAIS – colocaremos os pés em dois mil e oito. Restarão apenas a nostalgia, as lembranças engraçadas e as marcas das feridas que já sararam.
A vida é rara, por isso, desperdiçar dois mil e nove com ressentimentos, preciosismos e caprichos banais é inadmissível. Não aceite ficar agoniado com picuinhas. Trancafiar-se num quarto escuro então, nem pensar. Eduardo Gianetti em seu livro O valor do amanhã nos lembra de algo importante. Ao escrever sobre a vida, ele chega à conclusão de que vivemos a lógica do empréstimo e do juro. Quem empresta abre mão do hoje em nome do futuro. Ao preço de abrir mão do hoje ele chama de juro. Quem toma emprestado, toma do futuro para ter hoje. A dor de cabeça começa quando a conta chega. Tudo na vida funciona assim. Quem fuma hoje, por exemplo, está abrindo mão do futuro. Um dia a conta virá.
Que em dois mil e nove nenhum de nós seja irresponsável. Que nenhum de nós faça empréstimos que mais tarde não poderá pagar. Quatro conselhos que não são meus, mas absolutamente sábios e praticáveis, me vêm à mente nesse momento. Se puder e quiser, use-os sem medo. Eles servirão com certeza de amparo e direção para o ano novo.
Primeiro, não perca o senso crítico. Não absorva tudo, não pare de pensar. Não se encante com tudo (nem se desencante com tudo). Analise. Diga sim, e não. Não aceite ser robotizado pela mídia e pela religião. Você pode, e deve, manter-se livre dos poderes manipuladores. Recuse-se saber apenas o que os outros querem que você saiba. Vá além. Pense fora da caixa. Procure a verdade; ela o libertará.
Segundo, não perca a auto-estima. Cuide de sua dignidade. Reconheça-se a si mesmo. Encante-se com os seus acertos. Sorria com os seus desacertos. Não seja não duro consigo mesmo. Não se subestime. Ghandi disse certa feita: “Ninguém sobe nas costas do outro, a não ser que ela esteja encurvada”.
Terceiro, não perca de vista a percepção de que a vida é efêmera. Ela não é eterna enquanto terrena. Tudo passa, e com que velocidade! Preste mais atenção nas pessoas que estão à sua volta. Elas, ou você, poderão não chegar a dois mil e dez.
Quarto, não perca o interesse pelo caminho da sabedoria. Lute por dias melhores, por melhores decisões. Lute para ser mais flexível em questões secundárias. Aprenda a brincar com a vida. A sabedoria não está no radicalismo da existência humana, mas no vôo desconcertado da borboleta e no sacolejar contínuo da criança em seu colo.
Sua felicidade em 2009, dependerá cem por cento, de suas decisões. Por isso, sempre que se deparar com as impossibilidades da vida, sorria para elas. Graças a Deus, Salomão estava errado. Tem jeito sim. Dois mil e nove pode ser melhor do que dois mil e oito. Jesus veio – e virá sempre – para endireitar o que estiver torto (Lucas 3:5).
Deus o abençoe com um ano repleto de paz, mesmo que se necessário, no meio da guerra. Desejo a você alegria e contentamento. Que as ações de graça e o som de canções festivas o cerquem todos os dias da sua vida.
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