O verdadeiro Cristo dos cristãos verdadeiros.
O
cristianismo é mais ou menos vultoso dependendo de como se crê a respeito de
Jesus.
John
Stott em seu último livro “O discípulo radical” cita J.I. Packer que escreveu o
seguinte: “somos cristãos pigmeus porque temos um deus pigmeu” e, acrescenta:
“somos cristãos pigmeus porque temos um Cristo pigmeu”. A seguir, Stott
prossegue: “atualmente, por exemplo, encontramos o Jesus capitalista competindo
com o Jesus socialista. Há também o Jesus asceta se opondo ao Jesus glutão. Sem
falar nos famosos musicais – Godspell,
com o Jesus palhaço, e Jesus Cristo
superstar. Existiram muitos outros. Porém, todos eram distorcidos e nenhum
deles merece nossa adoração e culto. Cada um é o que Paulo chama de “outro
Jesus”, diferente do Jesus que os apóstolos proclamaram”.
Uma
das principais bandeiras do cristianismo bíblico-reformado foi assim resumida:
SOLUS CHRISTUS. Ou seja, Cristo é o tudo em todos da fé bíblica e a eficácia da
pregação e do testemunho da nossa crença no cristianismo provém do modo como
cremos nele.
Isso
é tão fundamental que o próprio Jesus certo dia perguntou aos seus discípulos: “Quem o povo diz que eu sou?” (Marcos
8.27 – NVI). Responder corretamente a essa pergunta e dizer “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo”
(Mateus 16.15 – NVI), como aconteceu com Pedro naquele momento, requer um insight divino: “feliz é você, Simão, filho de Jonas! Porque isto não lhe foi revelado
por carne ou sangue, mas por meu Pai que está nos céus.” (Mateus 16.17 –
NVI).
Uma
das grandes defesas que Paulo fez em favor dos cristãos colossenses foi
justamente sobre quem é o Cristo dos cristãos. Nenhuma doutrina foi mais
atacada desde os seus primórdios até os tempos modernos do que a doutrina de
Cristo. Por isso como diz o Rev. Hernandes Dias Lopes “Paulo coloca o machado
da verdade na raiz da heresia” e sem pestanejar conduz a verdade cristã sobre
Cristo ao seu lugar de destaque:
“Ele é a imagem do Deus
invisível, o primogênito de toda criação, pois nele foram criadas todas as
coisas nos céus e na terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos ou
soberanias, poderes ou autoridades; todas as coisas foram criadas por ele e
para ele. Ele é antes de todas as coisas, e nele tudo subsiste. Ele é a cabeça
do corpo, que é a igreja; é o princípio e o primogênito dentre os mortos, para
que em tudo tenha a supremacia. Pois foi do agrado de Deus que nele habitasse
toda a plenitude, e por meio dele reconciliasse consigo todas as coisas, tanto
as que estão na terra quanto as que estão nos céus, estabelecendo a paz pelo
seu sangue derramado na cruz.” (Colossenses 1.15-20 – NVI).
Carecemos
hoje, e muito, de uma maior clareza sobre o Cristo das Escrituras. É lamentável
ter de admitir que a superficialidade do conhecimento dos cristãos sobre o
verdadeiro Cristo persiste e vai muito além do que devia tornando-o
forçosamente num Cristo liberal,
amante das contas bancárias nebulosas, tolerante com os descaminhos de líderes
inescrupulosos e principalmente, ávidos por espetáculos e marketings de quinta
categoria. Necessitamos de maior lucidez e de fundamentos mais sólidos sobre
quem é Cristo, qual a posição que ele ocupa, o que temos nele, e o que ele
requer de nós.
Saber
que “em Cristo habita corporalmente toda
a plenitude da divindade” e que “por
estarem nele, que é o Cabeça de todo poder e autoridade, vocês receberam a
plenitude” (Colossenses 2.9-10 – NVI) é apenas o começo de uma longa
jornada de bênçãos e privilégios inestimáveis. Ainda mais confortador e
encorajador nessa busca pelo verdadeiro Cristo é que ele mesmo desafia e
promete:
“Se alguém tem sede, venha a
mim e beba. Quem crer em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão
rios de água viva”. (João 7.37-38 – NVI).
Assim:
“SOLUS CHRISTUS HOJE; SOLUS
CHRISTUS AMANHÃ; SOLUS CHRISTUS SEMPRE”.
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