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Mostrando postagens de julho, 2009

Destino - visão grega e judaico-cristã

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O Destino* é uma divindade cega, inexorével, nascida da Noite e do Caos. Todas as outras divindades estão submetidas ao seu poder. Os Céus, a Terra, o Tártaro e os Infernos estão submetidos ao seu poder. Suas resoluções são irrevogáveis. Em resumo, o Destino é essa fatalidade segundo a qual tudo acontece no mundo. Os destinos individuais ou coletivos podiam ser consultados pelos deuses, mas não alterados. Para demonstrar sua inflexibilidade, os antigos o representavam por uma roda que prende uma corrente, no alto da roda uma grande pedra e, embaixo, duas cornucópias com pontas de lança. Só os oráculos podiam entrever e revelar o que estava escrito no livro do Destino. (Márcio Pugliesi em " Mitologia greco-romana, arquétipos dos deuses e heróis ", pág. 37-38 - Ed. Madras) * A cosmovisão judaico-cristã, neste ponto, difere radicalmente do mundo helênico. Tanto para o judaísmo como, posteriormente o cristianismo, não existem fatos inevitáveis. Tanto no AT quanto no NT há sempre ...

Suplício de tântalo.

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Na mitologia grega , Tântalo foi um mitológico rei da Frígia ou da Lídia , casado com Dione . Ele era filho de Zeus e da príncesa Plota . Segundo outras versões, Tântalo era filho do Rei Tmolo da Lídia (deus associado à montanha de mesmo nome). Teve três filhos: Níobe , Dascilo e Pélope . Certa vez, ousando testar a omnisciência dos deuses, roubou os manjares divinos e serviu-lhes a carne do próprio filho Pélope num festim. Como castigo foi lançado ao Tártaro , onde, num vale abundante em vegetação e água, foi sentenciado a não poder saciar sua fome e sede, visto que, ao aproximar-se da água esta escoava e ao erguer-se para colher os frutos das árvores, os ramos moviam-se para longe de seu alcance sob força do vento. A expressão suplício de Tântalo refere-se ao sofrimento daquele que deseja algo aparentemente próximo, porém, inalcançável, a exemplo do ditado popular "Tão perto e, ainda assim, tão longe". Houve outros personagens com o nome Tântalo: um rei de Pisa no Pelo...

Perdi a fé, mas não sou incrédulo.

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Sem qualquer constrangimento, sem medo, saio do armário e confesso publicamente: Perdi a minha fé. Perdi a fé em um Deus que precisa de pilha para mover o braço. Perdi a fé em um Deus que recusa atender qualquer petição enquanto não houver santidade total. Perdi a fé em um Deus que só opera nas micro-realidades. Perdi a fé em um Deus discriminatório. Perdi a fé, mas não sou um incrédulo. Ganhei uma nova fé que celebra a imanência de Deus. Ganhei uma nova fé que bendiz a compreensibilidade de Deus. Ganhei uma fé que não espera por intervenções divinas. Creio que os valores do Reino são suficientes para que eu atravesse a vida sem perder a alma. Ganhei uma fé que não tem expectativas de favoritismo. Estou feliz pela fé que perdi, mas esfuziante com a nova fé que ganhei. (Ricardo Gondim em " Direto ao ponto - ensaios sobre Deus e a vida ", pág. 103-106 - Doxa)

Fé.

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Como não consigo varrer para debaixo dos tapetes misteriosos da teologia, as respostas que preciso dar a mim mesmo, iniciei uma nova jornada para entender o significado da fé. 1. Fé não significa, para mim, uma força projetada na direção de Deus que o induz a agir. 2. Fé já não significa, para mim, uma senha que escancara as janelas das bênçãos celestiais. 3. Para mim fé significa acreditar que os valores, os princípios e as virtudes do Evangelho bastam para que eu enfrente a vida com todas as suas vicissitudes. 4. Fé significa, para mim, que o Espírito de Cristo dá gana de olhar para história com coragem, sem precisar apelar para o mágico, para o feitiço e para o sobrenatural. Por causa da fé não pedimos para ser poupados da dor. 5. A fé bíblica convoca que andemos nas pegadas de Jesus e não encolhamos diante do patrulhamento religioso, da perseguição e da morte, impostos pelos regimes imperialistas. 6. Fé significa, para mim, a possibilidade de rebelião contra o " status quo ...

Ações que se eternizam

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Weslei Odair Orlandi Viver é uma dádiva divina. Em Deus existimos, vivemos e nos movemos. Por isso indagar se vale a pena viver é claramente descabido, mas e quanto ao que estamos vivendo? Vale a pena? Penso que algumas das nossas ações do dia a dia estão mesmo destinadas a não se tornarem perenes. Ao contrário disso, serão eternamente efêmeras (se é que esse paradoxo faz algum sentido). Por exemplo, daqui a um século que diferença fará se fui calvo ou se ostentei uma bela cabeleira? Que diferença fará se fui considerado pelos padrões de beleza bonito ou feio? Que diferença fará se andei a pé ou se usufrui dos confortos de uma Ferrari? Que diferença fará se paguei aluguel ou fui dono de um castelo? Creio que não fará diferença alguma! Se fui rico ou pobre, branco, negro ou amarelo, letrado ou iletrado, se conheci lugares pitorescos ou se nunca cruzei as fronteiras do meu estado... Nada disso importará mais. Dentro de alguns anos todas essas coisas haver-se-ão destruídas por si mesmas. ...

Pastor, não psicólogo.

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Quando alguém vai até o pastor, não está procurando um psicólogo, mas um pastor. É grande a frustração quando, em vez de pernetrar nos labirintos da alma humana e conduzir as ovelhas de Cristo no caminho da comunhão e da reconciliação, o pastor envereda por conversas, perguntas e preocupações que nenhuma relação têm com a oração, com Deus e com a vida outorgada a ele. (Eugene Peterson em " A vocação espiritual do pastor ", pág. 9 - Ed. Textus)

Encarnação

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Alysson Amorim Rasgar o mar com a adaga flamejante de um general; arrepender-se; fazer de uma mulher matéria-prima para um bloco salino – tais são operações impossíveis a um Ser eterno. A mulher corre, olha para trás e é acorrentada ao solo, toda dura e toda branca como eram seus dentes. A operação, se ao final paralisa, tem um final e tem uma gênese – é uma operação realizada na delirante sucessão a que chamamos tempo. Do mesmo modo, o arrependimento implica a negação de um momento em outro e a mão que feriu o mar foi a mesma que fechou a ferida em um segundo momento. A eternidade, conforme concebida pelos homens, não é em nenhuma de suas variações a mera agregação de passado, presente e futuro – é, na sentença de Borges, “algo mais simples e mais mágico: é a simultaneidade desses tempos.” Na eternidade a sucessão não existe. Deus, enquanto Ser eterno, vê-se impedido de vestir a capa do general; sofre da terrível limitação que lhe impõe a eternidade. Criou os homens a sua imagem e se...